O exórcito, é uma parte do discurso que se reveste de grande importância na medida em que é o primeiro passo para captar a atenção e benevolência dos ouvintes. O orador deverá ser sensível ao auditório ao auditório que tem á sua frente e desenvolver o seu discurso, tendo em conta as suas caracteristícas. Não deverá começar num tom muito monótono, mas também não deve fazê-lo em tom muito elevado. No exórdio é proposto um tema dicotómico. Partindo do conceito predicável vos estis sal terrae, retirado da Sagrada Escritura, o orador dá inicio ao sermão.
Vieira sabe que o mal não está só do lado dos pregadores, os leigos também têm as suas culpas e todos juntos concorrem para a destruição do Índio. O facto de o sal não salgar é um problema que preocupa António Vieira como já foi preocupação de muitos outros pregadores, incluindo Santo António: «A humildade e caridade ornam a sabedoria do pregador. Se delas o pregador estiver ornado, a pregação será como um conceito de músicos. Quando a sabedoria exterior corresponde ao sabor da consciência e a eloquência corresponde á vida, há um conceito de música».
O primeiro parágrafo é todo constituído através de uma engenhosa rede de jogos de palavras, uma vez que a principal preocupação é saber o motivo pelo qual a terra não se deixa salgar. É de notar a pouca variedade de palavras no segundo parágrafo e a insistência sistemática na repetição de algumas. Tal aconteceu para vingar de forma clara as ideias, no que se refere ás culpas que os pregadores têm relativamente ao facto de a terra não se deixar salgar!
Sermão de Santo António aos Peixes |
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