sábado, 9 de outubro de 2010

Sermão de Santo António aos Peixes (Capítulo I), Padre António Vieira

No primeiro capítulo do Sermão de Santo António aos Peixes considerei mais importantes as seguintes partes que desde já apresento:        
       
        O exórcito, é uma parte do discurso que se reveste de grande importância na medida em que é o primeiro passo para captar a atenção e benevolência dos ouvintes. O orador deverá ser sensível ao auditório ao auditório que tem á sua frente e desenvolver o seu discurso, tendo em conta as suas caracteristícas. Não deverá começar num tom muito monótono, mas também não deve fazê-lo em tom muito elevado. No exórdio é proposto um tema dicotómico. Partindo do conceito predicável vos estis sal terrae, retirado da Sagrada Escritura, o orador dá inicio ao sermão. 
         Vieira sabe que o mal não está só do lado dos pregadores, os leigos também têm as suas culpas e todos juntos concorrem para a destruição do Índio. O facto de o sal não salgar é um problema que preocupa António Vieira como já foi preocupação de muitos outros pregadores, incluindo Santo António: «A humildade e caridade ornam a sabedoria do pregador. Se delas o pregador estiver ornado, a pregação será como um conceito de músicos. Quando a sabedoria exterior corresponde ao sabor da consciência e a eloquência corresponde á vida, há um conceito de música».
        O primeiro parágrafo é todo constituído através de uma engenhosa rede de jogos de palavras, uma vez que a principal preocupação é saber o motivo pelo qual a terra não se deixa salgar. É de notar a pouca variedade de palavras no segundo parágrafo e a insistência sistemática na repetição de algumas. Tal aconteceu para vingar de forma clara as ideias, no que se refere ás culpas que os pregadores têm relativamente ao facto de a terra não se deixar salgar!

Sermão de Santo António aos Peixes


Diogo Maximino

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